ASA nunca estará só.
- É de Arapiraca
- 17 de mar.
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Arapiraca, 17 de março de 2025

Quem nasce em Arapiraca, quem respira a paixão pelo ASA, escuta dos mais rodados na história da bola que o clube sempre foi alvo de arbitragens tendenciosas e que, via de regra, em finais do Campeonato Alagoano (ou na iminência de chegar lá), ele era (e é) solenemente prejudicado. Se eu fosse aqui descrever as memórias de jogos desse tipo que eu tenho passaria horas cansando os leitores.
Sábado (15), a forma pouco preocupada de intervir diretamente no resultado da partida contra o time arapirquense causou enjoo e perplexidade: a arbitragem em campo e o VAR fora dele na final do Alagoano foram decisivos, armaram e jogada e finalizam para um gol que, no lugar de ser comemorado, foi e está sendo (e continuará a ser) desaprovado e repudiado pela sociedade alagoana, não só a que acompanha o futebol, como a que eventualmente sentou à frente da TV para um momento de entretenimento.
Em nota, acertadamente, o ASA repudiou a forma como lhe foi arrancado das mãos o título 2025 de campeão Alagoano, acusando os responsáveis por "manipulação de resultados” (não as casas de apostas), mas a que agiu para beneficiar o proclamado "campeão". O ASA vai à Justiça pedir anulação da partida. Dificilmente, o clube logrará êxito, mas fará os envolvidos sangrar, expondo-os à opinião pública, talvez de forma única no cenário de prejuízos históricos que causaram ao ASA. Vale lembrar, caro leitor, que os títulos de campeão do ASA foram obtidos com arbitragem de fora de Alagoas.
A FAF, quase 24h após o jogo e depois da manifestação dura da diretoria alvinegra, também emitiu nota, pondo os malfeitos na conta de uma instabilidade do VAR (esse deve ser o primeiro jogo na história do futebol com VAR que ouço falar em instabilidade do equipamento; isso é comum de ser ver em jogos de voleibol) para justificar o injustificável. Por sua vez, a empresa que opera o sistema também publicou nota confirmando os problemas e pedindo desculpas. Disse que a máquina do VAR superaqueceu (oi?).
Para sorte do rival, foram dados mais de 20 minutos de acréscimos. A Comissão Estadual de Arbitragem da Federação se apressou em reunir dados para justificar quase meio tempo a mais de uma partida de futebol, mas nada disso obviamente convence.
Acompanho o ASA e o futebol alagoano há mais de 30 anos, e sei, e a FAF sabe, e os árbitros sabem, e a CEAF sabe, o mundo sabe, que se o ASA estivesse perdendo o jogo, em Arapiraca ou na China, houvesse um lance como aquele do VAR, e a "instabilidade" do equipamento tivesse ocorrido, NUNCA, árbitro algum aqui de Alagoas teria dado os acréscimos que foram dados no sábado, o jogo seria encerrado, com no máximo, acréscimos de 5 minutos; nenhum presidente de federação, nenhum presidente da comissão de árbitros arcaria com o peso da responsabilidade de ter interferido diretamente na perda de um título dos clubes da capital como ocorreu no fim de semana. Se assim acontecesse, a carreira desses árbitros de campo e do VAR estaria aniquilada, soterrada.
Portanto, a CEAF quis parecer técnica ao detalhar os motivos que levaram aos 20 minutos de acréscimos, mas não enganou, não convenceu e, para o bem do futebol, a FAF precisa agir e trocar o comando do órgão, não porque seja responsável sozinho pelo ocorrido, mas porque é dele a obrigação de não permitir que seus árbitros entrem em campo temendo aplicar as regras do jogo para não chatear os clubes e dirigente da capital.
Espero que o episódio de sábado sirva como um divisor de águas para o futebol alagoano. O ASA nunca estará só e vamos gritar sempre que uma coisa como a do fim de semana volte a acontecer.
ASA é Arapiraca, Arapiraca é ASA!
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